sábado, 29 de outubro de 2016

Precisamos falar de estresse!

Pretendo aqui falar um pouco do estresse negativo. Aqui você pode conferir um pouco sobre o estresse positivo (eustress). Que o estresse negativo, também chamado de distress, é um dos vilões do mundo moderno ninguém duvida. No contexto do trabalho não é diferente: Uma pesquisa recente nos Estados Unidos conduzida pela Universidade de Harvard mostrou que 44% dos adultos empregados afirmam que seu trabalho afeta sua saúde. No Brasil, um estudo com profissionais das áreas de finanças, indústria e saúde de São Paulo e Porto Alegre revelou que 69% dos participantes disseram que o estresse no trabalho era a maior fonte estressora, afetando qualidade de vida e saúde.

As repercussões são inúmeras. Profissionais estressados sofrem com problemas de humor, irritabilidade, tristeza, falta de energia, perda de concentração. No corpo físico, dores, tensões e distúrbios musculoesqueléticos são mencionados como consequências do estresse no trabalho por profissionais da saúde e pesquisadores. Importante lembrar que o estresse não pode ser confundido com emoções, um estado de raiva ou frustração que frequentemente vivemos. O estresse enquanto condição de saúde, possui múltiplas causas que se interagem em uma intrincada rede de associações.

O estresse no trabalho decorre do desequilíbrio entre as exigências e pressões temporais e a perda de autonomia. Quando a pressão interna (ex: superiores) ou externa (ex: mercado de trabalho) é alta e o profissional vê a sua autonomia e poder de decisão limitados, temos as condições “perfeitas” para iniciar um processo de estresse no trabalho. Se o profissional não contar com um ambiente relacional saudável, a situação pode ainda piorar. A resultante é a rápida deterioração da saúde física e mental e aumento na chance de ausência do trabalho por motivos de saúde.
Uma mudança quase imperceptível ao senso comum tem contribuído para aumentar o estresse no trabalho. Com o advento da tecnologia digital, tornou-se mais difícil equilibrarmos lazer e vida profissional. Essa cultura do "conectado 24 horas" ─ exacerbada pelo smartphone ─ está nos deixando mais estressados e menos produtivos, indicam estudos. Cary Cooper, pesquisador americano sobre a relação entre e-mail e estresse no trabalho, disse à BBC que “cerca de 40% das pessoas acordam e a primeira coisa que fazem é checar seus e-mails”. "Para outros 40%, [checar e-mails] é a última coisa que fazem à noite."

Nos tempos de hiperconectividade, enviamos e recebemos uma avalanche de informações, quase sempre em tempo real. Esse pseudo controle que temos sobre a nossa vida e o mundo acaba por gerar uma sobrecarga cerebral. Tal situação está se tornando cada vez mais comum entre nós. Quase sempre, não percebemos o limite individual. Quando esse limite é ultrapassado, nos tornamos, ao mesmo tempo, comandantes e comandados dessa tentativa de controlar o mundo ao nosso redor. Mas o corpo (físico e mental) tem seus próprios limites. Então, “estressamos” com o nosso próprio limite. Talvez pensando nisso, algumas empresas nacionais e internacionais, têm controlado o uso abusivo de e-mails profissionais e excesso de horas extras no trabalho.

O que fazer então? Cabe um esforço da sociedade (e dos indivíduos) para melhorar o autoconhecimento. As comunidades modernas tendem a abandonar as análises mais profundas e tratar os transtornos mentais com medicação. Mas, do ponto de vista neurológico, o que faz a diferença é o nosso cérebro. Já dizia o filósofo: “Conhece-te a ti mesmo”. Esse assunto ainda é um tabu nas empresas. É preciso desenvolver uma cultura corporativa que englobe a saúde física e emocional — e isso significa comprometimento da alta gestão em discutir o estresse nos processos de trabalho, suas repercussões sobre os trabalhadores e estratégias de prevenção que se conjuguem com a produtividade e qualidade do serviço.

Um comentário:
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