quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Um chefe ruim pode adoecer os funcionários

Para cerca de 75% das pessoas, os chefes são a maior causa de estresse no trabalho

Por Ana Colombia 13 mai 2016
 
Dados da Associação de Psicologia dos Estados Unidos, publicados no artigo da revista Quartz revelam que 75% dos trabalhadores americanos consideram seus chefes a maior razão de estresse no trabalho. Contudo, 59% dessas pessoas não largariam o emprego, mesmo infelizes.
Os dados mostram que as pessoas arrumam uma maneira de se conformar com seus empregos, e isso faz com que a decisão de pedir demissão e sair em busca por um ambiente de trabalho mais saudável seja ainda mais postergada.

Faz mais mal que cigarro

Muito impressionante também em relação a este assunto são as descobertas de pesquisadores da Harvard Business School e da Universidade de Stanford, ambas nos Estados Unidos. Os pesquisadores reuniram dados provenientes de mais de 200 estudos, e chegaram a conclusão que estresses simples e cotidianos no trabalho podem fazer tão mal a saúde como a exposição a quantidades consideráveis de fumaça do cigarro de outras pessoas.
A razão número 1 causadora de estresse no trabalho, o medo de ser mandado embora, pode aumentar em até 50% os riscos de problemas de saúde. Já um cargo que exige do funcionário mais do que ela/ele pode oferecer aumenta em 35% o risco para a saúde.

O que fazer

Em muitos casos, os problemas com os superiores podem ser meramente caso de afinidade. Existem, contudo, muitos chefes realmente ruins por aí. Mas como saber em qual situação você se encaixa?
Chefes ruins são geralmente verbalmente agressivos, narcisistas e podem até se tornar violentos. Frases típicas dos chefes ruins são: “Aqui nada funciona se eu não estiver por perto!”, “Nós sempre fizemos assim!” ou “Agradeça que você tem um emprego.”
Claro que não é fácil para ninguém largar o emprego e começar tudo de novo, mas a motivação para trabalhar de quem se encontra em uma situação dessas desaparece totalmente. Existem, contudo, algumas dicas para sobreviver essa fase de crise profissional:
1.Faça uma lista de tarefas e objetivos para o seu dia de trabalho. Cada vez que completar algum item da lista, risque-os da lista. A sensação de ter conseguido realizar alguma coisa, mesmo em um ambiente hostil, vai te ajudar a seguir em frente.
2.Desligue-se nos finais de semana. Não cheque emails, nem mensagens do trabalho. Passar um tempo sem pensar no trabalho pode te ajudar a recarregar as baterias.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Smartphone applications (apps) related to health

A standardized review of smartphone applications to promote balance for older adults


Pages 1-10 | Received 17 Jun 2016, Accepted 15 Oct 2016, Published online: 20 Nov 2016
Background: Balance is one of the risk factors for falls in older adults. The use of smartphone applications (apps) related to health (mHealth) is increasing and, while there is potential for apps to be used as a self-managed balance intervention, many healthcare providers are concerned about the content and credibility of mHealth apps overall.
Purpose: This study evaluates the quality of balance promoting apps and identifies strengths and areas of concern to assist healthcare providers in recommending these resources.
Materials and methods: Balance apps for the general public, offered on the iPhone Operating System (iOS) and Android platforms, were evaluated using the Mobile Application Rating Scale (MARS).
Results: Five iOS apps met the inclusion criteria. The mean scores for each of the domains in MARS were: Engagement (3.32), Information (3.7), Functionality (3.8), and Esthetics (3.8). Overall, one app (UStabilize) received a rating of 4.43 in MARS five-point scale, which was considered “good”. Other apps in the review demonstrated acceptable quality.
Conclusions: The reviewed balance apps targeted to improve or maintain physical balance were of acceptable quality. Apps address many current issues older adults have to accessing rehabilitation services and, as such, may be particularly useful for this group. Future research should focus on assessing and comparing app efficacy. Development of balance apps for the Android platform is also necessary.


  • Implications for Rehabilitation
  • Given the availability and accessibility of various mHealth apps and the increasing mobile device usage among older adults, mobile apps are a promising avenue for delivering rehabilitation interventions, such as balance training, to older adults.
  • Smartphone apps exist for balance training but overall confidence in health apps within the healthcare community is low and rigorous evaluation is required.
  • A range of apps exist that demonstrate acceptable to good quality and stakeholders should work towards having these apps listed in credible mHealth clearinghouses.
Keywords: mHealthbalanceappapplicationssmartphonerehabilitationolder adult

sábado, 3 de dezembro de 2016

Disability and rehabilitation

More than a billion people in the world today experience disability. These people generally have poorer health, lower education achievements, fewer economic opportunities and higher rates of poverty. This is largely due to the barriers they face in their everyday lives, rather than their disability. Disability is not only a public health issue, but also a human rights and development issue. WHO’s efforts to support Member States to address disability are guided by the overarching principles and approaches reflected in the WHO global disability action plan 2014-2021, the World report on disability, and the Convention on the Rights of Persons with Disabilities. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Princípio da igualdade

O princípio da igualdade pressupõe que as pessoas colocadas em situações diferentes sejam tratadas de forma desigual: “Dar tratamento isonômico às partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades”. (NERY JUNIOR, 1999, p. 42).

sábado, 29 de outubro de 2016

Precisamos falar de estresse!

Pretendo aqui falar um pouco do estresse negativo. Aqui você pode conferir um pouco sobre o estresse positivo (eustress). Que o estresse negativo, também chamado de distress, é um dos vilões do mundo moderno ninguém duvida. No contexto do trabalho não é diferente: Uma pesquisa recente nos Estados Unidos conduzida pela Universidade de Harvard mostrou que 44% dos adultos empregados afirmam que seu trabalho afeta sua saúde. No Brasil, um estudo com profissionais das áreas de finanças, indústria e saúde de São Paulo e Porto Alegre revelou que 69% dos participantes disseram que o estresse no trabalho era a maior fonte estressora, afetando qualidade de vida e saúde.

As repercussões são inúmeras. Profissionais estressados sofrem com problemas de humor, irritabilidade, tristeza, falta de energia, perda de concentração. No corpo físico, dores, tensões e distúrbios musculoesqueléticos são mencionados como consequências do estresse no trabalho por profissionais da saúde e pesquisadores. Importante lembrar que o estresse não pode ser confundido com emoções, um estado de raiva ou frustração que frequentemente vivemos. O estresse enquanto condição de saúde, possui múltiplas causas que se interagem em uma intrincada rede de associações.

O estresse no trabalho decorre do desequilíbrio entre as exigências e pressões temporais e a perda de autonomia. Quando a pressão interna (ex: superiores) ou externa (ex: mercado de trabalho) é alta e o profissional vê a sua autonomia e poder de decisão limitados, temos as condições “perfeitas” para iniciar um processo de estresse no trabalho. Se o profissional não contar com um ambiente relacional saudável, a situação pode ainda piorar. A resultante é a rápida deterioração da saúde física e mental e aumento na chance de ausência do trabalho por motivos de saúde.
Uma mudança quase imperceptível ao senso comum tem contribuído para aumentar o estresse no trabalho. Com o advento da tecnologia digital, tornou-se mais difícil equilibrarmos lazer e vida profissional. Essa cultura do "conectado 24 horas" ─ exacerbada pelo smartphone ─ está nos deixando mais estressados e menos produtivos, indicam estudos. Cary Cooper, pesquisador americano sobre a relação entre e-mail e estresse no trabalho, disse à BBC que “cerca de 40% das pessoas acordam e a primeira coisa que fazem é checar seus e-mails”. "Para outros 40%, [checar e-mails] é a última coisa que fazem à noite."

Nos tempos de hiperconectividade, enviamos e recebemos uma avalanche de informações, quase sempre em tempo real. Esse pseudo controle que temos sobre a nossa vida e o mundo acaba por gerar uma sobrecarga cerebral. Tal situação está se tornando cada vez mais comum entre nós. Quase sempre, não percebemos o limite individual. Quando esse limite é ultrapassado, nos tornamos, ao mesmo tempo, comandantes e comandados dessa tentativa de controlar o mundo ao nosso redor. Mas o corpo (físico e mental) tem seus próprios limites. Então, “estressamos” com o nosso próprio limite. Talvez pensando nisso, algumas empresas nacionais e internacionais, têm controlado o uso abusivo de e-mails profissionais e excesso de horas extras no trabalho.

O que fazer então? Cabe um esforço da sociedade (e dos indivíduos) para melhorar o autoconhecimento. As comunidades modernas tendem a abandonar as análises mais profundas e tratar os transtornos mentais com medicação. Mas, do ponto de vista neurológico, o que faz a diferença é o nosso cérebro. Já dizia o filósofo: “Conhece-te a ti mesmo”. Esse assunto ainda é um tabu nas empresas. É preciso desenvolver uma cultura corporativa que englobe a saúde física e emocional — e isso significa comprometimento da alta gestão em discutir o estresse nos processos de trabalho, suas repercussões sobre os trabalhadores e estratégias de prevenção que se conjuguem com a produtividade e qualidade do serviço.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

O quanto um ser humano consegue trabalhar? E o quanto é justo trabalhar?

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, disse que o governo federal deve promover “medidas muito duras'' na Previdência Social e na legislação trabalhista para equilibrar as contas públicas. E citou como exemplo as reformas ocorridas na França, afirmando que, por lá, é permitido trabalhar até 80 horas por semana (na verdade, o limite máximo é de 48 horas, com horas-extras, podendo chegar a 60 em casos excepcionais com aval de autoridades).
A declaração foi dada após um encontro com Michel Temer e cerca de 100 empresários. Em nota, a CNI afirmou que seu presidente não defendeu o aumento da jornada.
Fico pensando o que deve passar pela cabeça de uma pessoa que mora no interior do país, trabalha até não aguentar mais, recebendo um salário de fome, tendo que depender de programas de renda mínima para comprar o frango do aniversário do filho, quando vê na sua TV empresários culpando a jornada de trabalho, as leis trabalhistas e a Previdência Social pelas desgraças planetárias.
E, na sequência, vê notícias de bilhões desviados em escândalos de corrupção envolvendo políticos e empresários, como nas operações Lava Jato e a Zelotes.
Ou quando descobre que será ele, a xepa, que vai ter que ralar duro para tirar o Brasil da crise econômica porque os mais ricos não terão que pagar mais impostos por isso. Taxação de dividendos recebidos de empresas? Alteração decente na tabela do Imposto de Renda – criando alíquotas de 35% a 40% para cobrar mais de quem ganha muito e isentando a maior parte da classe média? Regulamentação de um imposto sobre grandes fortunas? Aumento na taxação de grandes heranças? Auditoria da dívida pública?
Não, nunca! O que vocês pensam que isto aqui é? Uma democracia?
A CNI pede que o presidente interino estale o chicote – mas apenas nas costas dos trabalhadores. Michel responde com uma proposta que limita gastos públicos com educação e saúde. Mas também com o apoio a um projeto que autoriza a terceirização de todas atividades de uma empresa e a outro que fará com que o que é negociado entre patrões e trabalhadores fique acima do que está previsto na legislação, mesmo em prejuízo aos trabalhadores. E, como esquecer, com propostas para aumentar a idade mínima da aposentadoria para 65 anos (para quem já está no sistema) e 70 anos (aos que vão entrar). Vale lembrar que, no Maranhão, a expectativa de vida é de 66 anos.
Nesse momento, algumas dessas pessoas de frente para a sua TV velha sentem-se otárias, engolem o choro da raiva ou da frustração de ganharem como um passarinho, apesar de trabalharem como um camelo, e torcem para a novela começar rápido e poderem, enfim, ver outra tragédia. Não porque precisam se mostrarem fortes – eles sabem que são. Mas porque percebem que o país não é deles mesmo.
O desejo dos industriais representados pela fala de Andrade vai na direção oposta às demandas das centrais sindicais, que possuem, entre suas principais reivindicações, a redução da jornada de 44 para 40 horas semanas. A última redução ocorreu há 28 anos, na Constituição de 1988, quando caiu de 48 para 44 horas.
Aos catastrofistas de plantão: o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos calculou que uma jornada de 40 horas com manutenção de salário aumentaria os custos de produção em apenas 1,99%. O aumento na qualidade de vida do trabalhador, por outro lado, seria muito maior: mais tempo com a família, mais tempo para o lazer e o descanso, mais tempo para formação pessoal.
Há uma proposta de emenda constitucional que viabilizaria essa diminuição e também aumentaria de 50% para 75% o valor a ser acrescido na remuneração das horas extras. Ou seja, quer o empregado trabalhando mais? Que se pague (muito) bem por isso, pois eles estarão abrindo mão de sua qualidade de vida. Outros vão dizer que boa parte das empresas já opera com o chamado oito horas por dia, cinco dias por semana. Mas não todas. Principalmente em atividades rurais.
Mas se ficar decidido que o crescimento econômico é mais importante que a dignidade das pessoas, podemos – em um esforço da nação – revogar também a Lei Áurea.
Olha que ideia excelente para ser abraçada pelos empresários! Convenhamos que nunca conseguimos inserir em direitos a população libertada no final do século 19 e seus descendentes continuam a ser tratados como carne de segunda, a sofrer todo o tipo de preconceitos e a receber bem menos que os brancos pela mesma função, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho. E isso iria ao encontro de um pedido empresarial de mão de obra barata e de uma das frases de caminhoneiro que nosso presidente interino mais gosta: “não fale de crise, trabalhe''.
Que tal?

sexta-feira, 1 de julho de 2016

As promessas do Pilates

Pilates é isso (menos, menos)

Por: IARA BIDERMAN DE SÃO PAULO
 
Tão bom quanto outros, o método dominou o mercado, caiu nas graças dos médicos e ganhou legiões de devotos - apesar de suas limitações e da proliferação de instrutores malformados.


Dor nas costas, barriga, sedentarismo? Seus problemas acabaram: faça pilates.
A propaganda do método desenvolvido pelo alemão Joseph Pilates (1883-1967) não é tão explícita assim, mas o pacote de benefícios colou no imaginário popular.
O sucesso é explicado por uma feliz combinação de fatores, a começar pelas qualidades da técnica. O pilates tem uma gama enorme de exercícios, adaptáveis a diversas condições físicas e objetivos, que organizam a postura e servem tanto para reabilitação quanto para a conquista de boa forma.
As qualidades foram incensadas por bonitos e famosos, atraindo investidores do mercado da malhação.
"No início da onda [do pilates], os equipamentos eram muito caros, então as empresas entraram com um marketing pesado para reforçar as vendas. Virou moda e se expandiu numa quantidade absurda", diz o fisioterapeuta carioca Leonardo Machado.
A moda não passou: iniciada há mais de dez anos, a curva de crescimento continua.
Segundo Léo Yamada, sócio do Grupo Metalife, que oferece aparelhos, consultoria e cursos de pilates, o negócio cresce 20% ao ano. "Nosso grupo, que abastece até 30% do mercado, está vendendo 5.000 estúdios por ano." Há cinco anos, o número de vendas girava em torno de 1.500, segundo ele.
A demanda também cresceu porque ficou fácil montar estúdio de pilates. "Com uma área pequena e investimento a partir de R$ 35 mil, a pessoa consegue começar seu negócio", afirma Yamada.
Com o crescimento rápido, vieram os efeitos colaterais. "Os estabelecimentos precisam de professores para 'começar ontem' e os profissionais têm que estar prontos 'amanhã' para trabalhar. Aí surge formação por vídeo, curso de final de semana...", diz Alice Becker, pioneira na formação de instrutores no Brasil e uma das criadoras da Aliança Brasileira de Pilates.
No Brasil, a profissão não é regulamentada, mas há padrões internacionais que servem para checar a qualificação do professor: ele deve ter feito um curso de 400 a 450 horas, incluindo aulas práticas com os aparelhos principais: trapézio, "reformer", cadeira e barril. Para saber, só perguntando ao professor onde ele se formou e se informando sobre a escola.
 
PÚBLICO DE RISCO
A formação deficiente é a primeira sombra no cenário maravilhoso atribuído ao método. "Todo mundo quer fazer achando que é indicado para tudo, sem avaliação, sem profissional habilitado. Esse pilates malfeito vai acabar queimando o filme do bom pilates", teme a fisioterapeuta Janaína Cintas, que tem especialização no método e em outras técnicas.
Por enquanto, o potencial do pilates faz o público apostar em suas vantagens. "O método é tão consistente que até quem não tem boa especialização faz algum sucesso, mantém seus alunos. Mas isso pode causar problemas", diz Alexandre Ohl, coordenador de pós-graduação em pilates na Unip (Universidade Paulista) e professor da Bodytech de São Paulo.
O risco aumenta porque justamente a população com problemas (dor na coluna, osteoporose, sedentária) é a mais atraída pelo método, que tem sido usado e indicado para tratar a saúde.
A advogada Luciana Serra Azul Guimarães, 38, estava havia cinco anos parada, com dores lombares. "Estava certa de que o pilates era a opção ideal para mim", conta.
No primeiro estúdio em que foi, fez uma aula experimental e só não começou a prática por falta de horários. Sorte dela: uma avaliação com fisioterapeuta identificou que o seu problema seria agravado pelos exercícios de pilates.
"O método é utilizado para tratamentos de coluna, mas há casos em que pode aumentar a dor e agravar a lesão", diz o ortopedista Bruno de Biase, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Só depois de tratar seu problema com outras técnicas, Luciana foi liberada para fazer pilates.
"A proposta do pilates é interessante, mas começaram a oferecer mais do que podem dar: faça pilates e você não vai ter mais dor nas costas, vai ganhar a flexibilidade de um bailarino e o corpo da Madonna. As coisas não funcionam desse jeito", diz o fisioterapeuta Leonardo Machado.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Estressei... que bom?!

Enfrentar ou desistir?


Estresse é a palavra do momento! Tudo nos estressa. Estressamos com o calor ou frio; estressamos por estudar, estressamos com amigos, companheiros(as); estressamos se estamos desempregados ou cansados do trabalho. Estressamos tanto que a palavra estresse se banalizou.
O termo estresse foi tomado emprestado da física, onde designa a tensão e o desgaste a que estão expostos os materiais. Uma das definições mais usadas reporta o estresse como a soma de respostas físicas e mentais causadas por determinados estímulos externos (estressores) e que permitem ao indivíduo (humano ou animal) superar determinadas exigências do meio ambiente. Trata-se de um mecanismo fisiológico modulado por mediadores químicos (adrenalina, por exemplo) que nos estimula a reagir diante de um perigo por meio de um mecanismo conhecido como luta ou fuga. Basicamente, passamos a vida reagindo aos eventos mais ou menos programados, enfrentando aqui, desistindo ali, mas sempre reagindo.
O estresse, então, é uma defesa do ser humano. Quando somos estressados, criamos estratégias para nos adaptar, reagir positivamente. É isso que acontece quando somos estimulados no trabalho, nos estudos... saímos da zona de conforto e desenvolvemos habilidades, buscamos novos conhecimentos. Enfim, ultrapassamos os nossos limites, alcançamos um novo patamar e seguimos em busca de novos desafios.
Entretanto, como reagimos diante de situações adversas? Aquele chefe intransigente, conflitos com os colegas, exigências discordantes, falta de autonomia e reconhecimento são situações que, progressivamente, têm o poder de minar nossas forças e desencadear um processo de exaustão física e emocional. Humor mais irritadiço, sono ruim ou um contínuo estado de frustração e desânimo podem ser indícios de que você está iniciando um processo de estresse. E pode aumentar as suas chances de ter doenças cardíacas (infarto), metabólicas (diabetes) ou neurológicas (derrame) em médio e longo prazo. Só para citar alguns exemplos.
Se engana que o estresse e suas manifestações são oriundas do estado emocional. Não é raro escutarmos certos mantras: "você não tem nada, é tudo emocional"; ou "o problema está na sua cabeça, basta você reagir". Primeiramente, o estresse é fruto de agentes externos, não é algo que se inicia de dentro para fora. Claro, o modo como reagimos aos agentes agressores - se escolhemos enfrentar ou desistir - pode modular as nossas reações. Entretanto, a nossa capacidade de se adaptar aos estressores é dinâmica e varia de acordo com o contexto e até mesmo ao longo da vida. Em segundo plano, sabe-se que as consequências do estresse desencadeiam uma série de eventos físicos, como alterações hormonais, neurológicas e metabólicas. Há fatores emocionais envolvidos também, mas o corpo não é uma uma interação entre as dimensões físicas e emocionais? Por acaso a dimensão emocional não faz parte desse todo?
Portanto, precisamos ficar atentos aos sinais de que "algo" não está funcionando bem em nosso corpo. É preciso tentar localizar a fonte do problema e buscar estratégias para enfrentar o problema antes que ele se torne maior do que a nossa capacidade de adaptar, reagir. E, fundamentalmente, pensar que a prevenção ao estresse perpassa pelos nossos hábitos e estilo de vida: atividade física, lazer e uma boa noite de sono são excelentes "remédios". E, como diz um velho provérbio português, imortalizado por Jorge Ben Jor, cautela (na vida) e canja de galinha não faz mal a ninguém. E você, caro leitor, como está de estresse?

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Ser diferente é "normal"!

O que é que ele tem?

Compartilho aqui um texto simples e, ao mesmo tempo, carregado de significados para quem vive e trabalha com deficiência. Quem escreve é o Gregório Duvivier do Porta dos Fundos.

O João era uma criança normal. Pra mim e pras minhas irmãs, não tinha nada de errado com ele, tirando o fato de que ele tomava remédios todo dia e se submetia regularmente a cirurgias que abriam seu crânio. Suas mãos eram diferentes, mas a gente achava que seus dedos todos juntos deviam servir para nadar melhor ou agarrar bolas no futebol. João não tinha olfato, mas isso era uma grande vantagem quando um dos irmãos soltava um pum. Em vários sentidos, João era um super-herói: pulava da cama às seis da manhã pra remar na baía de Guanabara, sabia de cor todas as linhas de ônibus e seus trajetos, comia mais que todos nós juntos –e não engordava. Nunca ouvi, lá em casa, a palavra deficiência. Ouvíamos muito a palavra diferença, foneticamente tão parecida mas semanticamente tão distante.
  
FONTE: deficienciafisicaucsal.blogspot.com

Foi na rua que percebi que meu irmão era "deficiente". Achava estranhíssimo quando os outros achavam o João estranhíssimo. Foi só depois de me perguntarem uma dúzia de vezes "o que é que ele tem?" que fui perguntar à minha mãe: "O que é que ele tem?". 
Foi aí que aprendi a expressão Síndrome de Apert, para responder a todos que me perguntavam. E as pessoas então ficavam mais calmas, mesmo sem fazer ideia do que aquilo significava, porque agora tinham um nome. Claro que não bastava. Depois precisava explicar também que não era contagioso, que as outras crianças podiam brincar e abraçar, que elas não precisavam fugir ou se esconder, que o João não mordia. Às vezes, nem assim funcionava. Foi aí que conheci a outrofobia, essa doença tão entranhada e tão difícil de desentranhar. 
Essa semana minha mãe lança "O que É que Ele Tem?", que é a história do João, e que é também a história dela, que teve o João aos 22 anos –e enfrentou as barras mais pesadas antes e depois disso. Mas pode ficar tranquilo: se você acha que vai encontrar no livro lamúrias e autopiedade, você não conhece a minha mãe. Se você quer uma história de superação, desista –porque no começo ela já deixa claro que no fim tudo dá certo. Até porque no começo também dá –quando se começa cercado de amor por todos os lados. Chorava do começo ao fim do livro. Não de tristeza, mas de admiração. 
Aprendi com a minha mãe o contrário do que os pais costumam ensinar aos filhos: a apostar no amor em detrimento de qualquer coisa. Não em qualquer amor, mas no amor mais difícil, e no mais raro, que é o amor pela diferença. Não confundir com deficiência.

sábado, 18 de junho de 2016

Temer e Terceirização

Temer e Terceirização: Empresários batem palmas, trabalhadores pagam o pato

Reproduzo abaixo, na íntegra, um texto muito interessante do Leonardo Sakamoto (16/06/2016).

Esta notícia é para você, caro amigo trabalhador, cara amiga trabalhadora, que abraçou patos amarelos, chamando-os de amigos, e acreditou no conto de que basta derrubar uma péssima presidente e um governo incompetente para o Brasil virar um lugar com rios de onde fluem leite e mel, cheio de unicórnios fofinhos e potes de ouro no final de arco-íris.
Durante um rega-bofe com a nata do empresariado, em São Paulo, nesta quinta (16), o ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha foi ovacionado ao defender que o país precisa “caminhar no rumo da terceirização'', explicando que o projeto que permite isso deve ser votado com rapidez no Congresso Nacional.
Pergunta: Por que os empresários bateram palminhas?
Alternativas:
a) Porque eles acham importante que os trabalhadores que já estão terceirizados conforme a lei atual possam ter mais direitos garantidos?
b) Porque poderão economizar demitindo empregados contratados conforme regime CLT e terceirizar, seja com profissionais que possuem suas próprias empresas individuais e não contam com os mesmos direitos, apesar de baterem ponto todos os dias (os chamados PJs), seja com cooperativas ou empresas menores que, não raro, contratam trabalhadores de forma precária e sem os mesmos direitos.
Se você optou pela alternativa “a'', volte duas casas e abrace novamente o pato. Você merece.
Se optou pela alternativa “b'', parabéns: você é consciente de que aquilo que chama de direitos trabalhistas está por um fio.
Mas tudo bem! O importante é que, agora, ninguém segura esse Brasil, não é mesmo? Afinal de contas, todos têm que dar o seu quinhão de sacrifício em nome do crescimento do país e você está preparado para abrir mão da dignidade (conquistada com base em sangue e lágrimas por gerações antes de você) para que setores do empresariado nacional e internacional não precisem passar por atrocidades como taxação de seus lucros e dividendos. Pois você é do tipo que concorda que primeiro temos que fazer o bolo crescer para depois dividi-lo.
Olha, sugiro que pegue uma senha. Porque tem trabalhador que deu o lombo para a última ditadura promover seu “milagre econômico'' e está na fila até hoje pelo seu pedaço. Só que, até agora, recebeu migalhas.
Parte do empresariado que apoiou o impeachment quer um ambiente de negócios mais “amigável'' ao crescimento econômico, sem subir impostos ou morder seus lucros. Com isso, a precarização de direitos dos trabalhadores está posta na mesa como única alternativa.
Algumas das forças políticas que dão sustentação ao governo Michel Temer estão pressionando por mais “flexibilidade'', menos regulação estatal, menos intervenção do Estado e mais liberdade entre as partes, patrões e empregados, na hora de contratar. Mudanças são bem vindas se podem melhorar a vida de ambos os lados, mas devem ser discutidas e evitadas se fragilizam ainda mais os mais fracos.
Que é o caso do projeto do qual falou Eliseu Padilha (PL 4330/2004), que amplia a terceirização e legaliza a contratação de prestadoras de serviços para executarem as atividades para as quais as empresas foram constituídas (atividades-fim) e não apenas serviços secundários, como é hoje.
Isso levará a um comprometimento significativo dos direitos trabalhistas, com perda de massa salarial e de segurança para o trabalhador. Situações que hoje oprimem certas categorias podem ser universalizadas e o Judiciário não terá condições de processar e julgar todas as ações trabalhistas. No limite, poderemos ter novos protestos sociais, quando milhões de trabalhadores perceberem que perderam salários e garantias e nem mesmo podem reclamar com o patrão.
Se ele for aprovado, teremos grandes empresas, que concentram todos os lucros e nenhum empregado, e uma constelação de empresas sem qualquer lastro financeiro ou independência, mas com todos os empregados. Periodicamente, tais empresas encerram as portas, deixando para trás enorme passivo, gerando avalanches de reclamações trabalhistas.
No médio prazo, isso tende a rebaixar salários médios em todos os setores. Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que, em média um trabalhador terceirizado trabalha três horas a mais por semana e ganha 27% menos que um empregado direto.
As relações deixam de ser entre patrões e empregados, previstas e tratadas pelo direito do trabalho, e serão entre empresas e empresas pessoais (“pejotização''), como se ambas fossem livres e iguais entre si. Hoje, isso já acontece aos montes, apesar de ser proibido, pois os trabalhadores temem reclamar e perder o serviço ou entrar em alguma “lista suja'' do setor.
Pelo projeto, a empresa contratante deve arcar com os direitos trabalhistas dos empregados da contratada quando esta não for capaz. Na prática, pelo que já acontece, isso terá que ser resolvido na Justiça – se e quando o trabalhador decidir reclamar. E no caso de trabalho análogo ao de escravo, em que muitas fazendas e empresas se utilizam de cooperativas e empresas fajutas em nome de prepostos para burlar direitos trabalhistas, o projeto vai facilitar a impunidade das contratantes que, no máximo, terão que bancar salários atrasados, mas sem punição pelos escravos libertos.
Além do mais, isso tende a desorganizar ainda mais a já caótica estrutura sindical. Empregados que estão no mesmo estabelecimento, na mesma empresa, com grau de especialização muito próximo, poderão integrar categorias diferentes. Também pode aumentar o número de sindicatos de “aluguel'', situação estimulada pela fragmentação e pelas fontes garantidas de renda para os dirigentes. Com isso, diminuir a capacidade de articulação da classe trabalhadora.
Enfim, nada disso importa.
O que importa é vocês seguirem direitinho a frase de nosso líder Michel: “Não fale em crise, trabalhe''.

terça-feira, 14 de junho de 2016


UMA CENA VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS!

 

 

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Novos parceiros do GFITE

Ciência não é feita individualmente. 


Ciente de que não se faz ciência de qualidade isoladamente, o Gfite estabeleceu uma parceria com pesquisadores da Unifor em Formiga (MG) para cooperação em projetos de pesquisa. No encontro, tivemos a oportunidade de conversar sobre métodos científicos e bioestatística com professores e alunos de iniciação científica da instituição.

sábado, 11 de junho de 2016

O que o rombo da Previdência tem a ver com Capacidade Funcional?

Mais tempo de trabalho pressupõe melhores condições de trabalho



A reforma da Previdência no Brasil ganhou destaque após o “governo Temer” assumir. Estima-se que o rombo na Previdência seja em torno de R$200 bi, considerando o déficit do INSS e Previdência de servidores públicos. O entendimento é simples: há anos que o Estado arrecada menos do que pega em benefícios.
Mudanças sociais como a diminuição da taxa de natalidade, aumento da expectativa de vida são apontados como determinantes, embora potenciais desvios de recursos não sejam discutidos abertamente. Mudanças na pirâmide social são inevitáveis e só reforçam a desorganização e falta de planejamento dos Governos que assumiram o poder nos últimos anos. Leiam bem: eu disse últimos governos, não se trata de questões ideológicas, pois todos tiveram sua parcela de culpa ao fechar os olhos para a tão necessária Reforma Previdenciária.
FONTE:
Gabriel Jabur/ Agência Brasil
Os constituintes gostam de lembrar que o Brasil é um “Estado Democrático de Direito”, cuja finalidade se diferencia daquela adotada pelos Estados Liberais, vez que objetiva assegurar o direito à igualdade em aspectos formais e materiais. Entre eles a saúde, educação, previdência social, entre outros. São os chamados direitos fundamentais. O debate é complexo; questões como direito adquirido, expectativa de direito, aumento da idade mínima, regras de transição, são alguns dos pontos que devem ser discutidos na agenda de Brasília nos próximos meses.  Fato é que nem países de primeiro mundo conseguem garantir todos esses direitos. Todos nós precisamos estar atentos, somos parte mais do que interessada.
Mas qual a relação de todos esses fatos com problemas funcionais? Primeiro, é preciso entender que o trabalho assume um papel central nesse contexto. O trabalho gera renda, para o indivíduo e para o país, através dos impostos. Aí é que entra a questão da Previdência. Se a intenção do governo é manter o contribuinte por mais tempo nas suas funções, antes é preciso se preocupar com a vida útil desse trabalhador. Em outras palavras, é necessário garantir condições mínimas para que o contribuinte continue exercendo suas funções a despeito dos efeitos do envelhecimento funcional, da insegurança no trabalho e condições em que as tarefas são exercidas.
Debater a Reforma da Previdência é necessário. Mas, talvez uma agenda mais positiva deveria incluir a questão dos direitos trabalhistas, das precárias condições de trabalho pelo Brasil afora causando adoecimentos e ausências do trabalho, a fragilidade dos vínculos empregatícios que impactam na insegurança e risco de acidentes, o excesso de impostos aos pequenos empresários comprometendo o trabalho formal, a limitada capacidade das agências regulatórias fiscalizarem quem de direito. Sem mencionar a ausência de ações abrangentes de promoção à saúde para garantir uma boa capacidade física nas idades avançadas, aspecto fundamental para minimizar o envelhecimento funcional.
Se a nova Previdência tem a intenção de diminuir os gastos públicos com processos de aposentadoria precoce, seja por doença ou idade, será preciso pensar em medidas que permitam preservar a capacidade funcional existente do trabalhador e mecanismos para detectar a sua deterioração o mais cedo possível, visando prevenir a incapacidade para o trabalho e prolongar a vida útil do trabalhador. Sem condições, quem sobrará para trabalhar em um contexto de idade avançada?