terça-feira, 24 de maio de 2016

Em busca de um novo paradigma...




   Se você sempre colocar limites em tudo que faz, física ou qualquer outra coisa, tais limites irão se refletir em seu trabalho e em sua vida. Não há limites. Não se contente com o que alcançou, os limites são feitos para serem superados.

   Mas como são definidos esses limites? Cada pessoa interpreta e se comunica com o mundo ao seu redor de uma forma diferente. Padrões desenvolvidos desde a infância condicionam o nosso modo de pensar e agir criando hábitos. São significados que imprimimos às nossas experiências de vida. Como falamos, nos vestimos, como encaramos as dificuldades da vida e até a escolha de uma profissão são construções sociais. Somos frutos do meio em que nascemos e crescemos.

   Por falar em profissão, sem questionar, reproduzimos dia após dia, velhos padrões que não mais explicam as novas dores. Aplicamos o conceito de média como medida do ideal: altura média, amplitude e força esperadas com base na média... concentramos nossa avaliação e interpretação nos desvios da média, da curva normal. Supervalorizamos a doença e o que se foi, nos frustramos quando não devolvemos o normal esperado, aquele definido pelos velhos padrões esperados de um indivíduo saudável. O nosso compromisso é com a pessoa ou a patologia? Hunter "Patch" Adams, que inspirou o filme O Amor é Contagioso diria: Tratando o mal (N.A. doença), se ganha ou se perde. Tratando o indivíduo, garanto que vão ganhar, independentemente do desfecho

   É preciso transgredir. Não as leis ou normas sociais. Mas a cultura intocável do modus operandi das velhas práticas em saúde. Repensar o papel do profissional de saúde. Como vemos alguém com deficiência ou incapacidade sem considerar ambas como sinônimos. Reconhecer que cada pessoa influencia e é influenciada pelo seu contexto. E reage de maneira específica às variações da saúde. Portanto, a reabilitação deveria ser vista na perspectiva do indivíduo. Compreender que a função e disfunção é um processo complexo, multifatorial e alinear. Mais importante do que saber quais as limitações de uma pessoa é conhecer o que essa pessoa consegue fazer e definir o que ela precisa fazer no seu contexto de vida.

   É preciso mudar o paradigma dominante. Enfatizar a função, não a condição de saúde. Categorizar a situação, não a pessoa.

   Comente. Opine. Esse é o primeiro de vários posts desse blog que foi criado sob o pretexto de divulgar as ações do GFITE e formação de seus membros e seguidores, mas que visa, fundamentalmente, se transformar em espaço de reflexão e discussão sobre a funcionalidade humana.