Em busca de um novo paradigma...
Se você sempre colocar limites em tudo que faz, física ou qualquer outra
coisa, tais limites irão se refletir em seu trabalho e em sua vida. Não há
limites. Não se contente com o que alcançou, os limites são feitos para serem
superados.
Mas como são definidos esses
limites? Cada pessoa interpreta e se comunica com o mundo ao seu redor de uma
forma diferente. Padrões desenvolvidos desde a infância condicionam o nosso
modo de pensar e agir criando hábitos. São significados que imprimimos às
nossas experiências de vida. Como falamos, nos vestimos, como encaramos as
dificuldades da vida e até a escolha de uma profissão são construções sociais.
Somos frutos do meio em que nascemos e crescemos.
Por falar em profissão, sem
questionar, reproduzimos dia após dia, velhos padrões que não mais explicam as
novas dores. Aplicamos o conceito de média como medida do ideal: altura média,
amplitude e força esperadas com base na média... concentramos nossa avaliação e
interpretação nos desvios da média, da curva normal. Supervalorizamos a doença
e o que se foi, nos frustramos quando não devolvemos o normal esperado, aquele
definido pelos velhos padrões esperados de um indivíduo saudável. O nosso
compromisso é com a pessoa ou a patologia? Hunter "Patch" Adams, que
inspirou o filme O Amor é Contagioso diria: Tratando
o mal (N.A. doença), se ganha ou se perde. Tratando o indivíduo, garanto que
vão ganhar, independentemente do desfecho.
É
preciso transgredir. Não as leis ou normas sociais. Mas a cultura intocável do modus operandi das velhas práticas em
saúde. Repensar o papel do
profissional de saúde. Como vemos alguém com deficiência ou incapacidade sem
considerar ambas como sinônimos. Reconhecer que cada pessoa influencia e é influenciada
pelo seu contexto. E reage de maneira específica às variações da saúde. Portanto,
a reabilitação deveria ser vista na perspectiva do indivíduo. Compreender que a
função e disfunção é um processo complexo, multifatorial e alinear. Mais importante
do que saber quais as limitações de uma pessoa é conhecer o que essa pessoa consegue
fazer e definir o que ela precisa fazer no seu contexto de vida.
É
preciso mudar o paradigma dominante. Enfatizar a função, não a condição de
saúde. Categorizar a situação, não a pessoa.
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Opine. Esse é o primeiro de vários posts desse blog que foi criado sob o
pretexto de divulgar as ações do GFITE e formação de seus membros e seguidores,
mas que visa, fundamentalmente, se transformar em espaço de reflexão e
discussão sobre a funcionalidade humana.